Porque ser um super-herói não é usar uma capa ou capuz. É proteger seu próximo, cuidar dele, quando ninguém mais cuidaria.

A frase acima foi dita pelo personagem Andre, ou mr. Wilcox, (Malik Yoba, o Bill Harken de Alphas). É claro que ele se referia a ele mesmo, talvez por achar que era o Poderoso Chefão da área. Mas este episódio de Person of Interest deu todos os sinais e dicas para o telespectador pensar: Reese é um herói. Até a trilha sonora estava devidamente habilitada para nos levar a esta conclusão. Contudo, o que mais se destacou entre as "dicas" foi o mergulho radical que a série fez na cultura oriental.

De Sun Tzu a Kazuo Koike, ninguém escapou desta vez. Diversas falas de Tzu foram citadas durante o episódio, além de A Arte da Guerra, o tratado militar que ele escreveu no século IV a.C., ter sido usado por Reese para definir as etapas de sua estratégia para derrubar o inimigo.

Já Kazuo Koike foi referenciado pelo título e pela trama do caso da semana. Wolf an Cub se refere à Lone Wolf and Cub (em português, Lobo Solitário), um mangá japonês que começou a ser publicado em 1970. Nele, Itto Ogami é um Ronin, um samurai sem mestre. Itto sempre luta carregando seu filho Daigoro nas costas. Ele mata por aluguel (desde que haja motivos "justos") e Daigoro aprende muito com seu pai, por vezes fazendo parte das lutas.



Darren McGrady (o impetuoso Astro de The X Factor) foi o Daigoro da vez. Confesso que fiquei muio surpresa por ver Reese dando uma de babá do menino, mas com aquele gênio impossível, é preciso um herói pra dar conta mesmo. John fez (não tão voluntariamente) o papel de Itto tendo que levar o garoto para todos os lados, e até compartilhou com ele como funciona suas investigações.

Por causa do assassinato de seu irmão Travis McGrady, Darren resolve dar uma de James Bond pelo mundo e sai para "caçar" os assassinos. O bom é que ele acabou tendo seu caminho cruzado pelo próprio 007, ops, Ronin, que logo aceitou ser contratado para dar continuidade à vingança.

Mais uma vez Fusco e Carter participaram da missão. Porém, foi estranho os dois não perceberem que ambos estão do lado de Reese no momento do tiroteio em frente à loja de quadrinhos. John estava lá atirando enquanto Fusco levava um tiro (no traseiro) e Carter ficava sem reação. Nesse meio tempo não parece que o detetive ficou inconsciente. Então, como ele não viu que não foi Carter quem atirou? Ou melhor, vamos pensar mais para frente. As balas da arma (awesome! Eu quero uma daquelas!) de Reese eram de borracha. Depois que a polícia averiguar, como Carter vai explicar de onde essas balas vieram? Ou a série vai pular esse detalhe?


A trama de Harold recebeu continuidade e alguns segredos forma revelados. Em primeiro lugar, Finch deve ter que se virar em mil para dar conta de tantas vidas. Não é que o homem salva o mundo, dá "assistência técnica" à Reese e ainda trabalha numa seguradora?

Neste episódio ele recebeu Will novamente e lá se foi mais uma leva de mentiras em cada pergunta respondida. Sinceramente não entendo a motivação do rapaz em tentar "conhecer" o pai. Conhecer, a gente conhece gente viva. Mas a série precisa de um risco para Harold e a pessoa com quem ele se importa, daí o orfão de pai que tenta se reconectar com o pai que nunca conheceu e sai cavando buracos que não devia.

Alicia Corwin (Elizabeth Marvel) foi convocada por Will de lá do fim do mundo, ou melhor, Green Bank, um lugar onde não tem celulares nem internet sem fio (ou seja, ela fugindo do radar da Machine). Ele a encontrou para questioná-la sobre o guardanapo que registra o início do funcionamento da Machine 24 de fevereiro de 2005. No entanto, ele deu mais informações a ela do que recebeu. Na verdade, Alicia o enrolou com uma história de que o governo comprou as patentes de Nathan por 1 dólar. Enquanto isso, Will inocentemente revelou a existência de Harold, o que provavelmente ela nem imaginava.



Fusco descobriu o sobrenome "Wren", que é, inclusive, o nome pelo qual Will conhece Harold. Mas, pelo que parece, nem esta é a verdadeira identidade dele. Ele a usa desde 1976, quando entrou no MIT, lugar onde se formou com Nathan.

Qual seria a razão de já nesta época Harold usar um nome falso? Quem é ele, afinal? Será que nem seu melhor amigo o conheceu pelo verdadeiro nome?


Depois da conversa de Fusco e Reese, a Machine detectou uma "falha de segurança". Ela exibiu o comando de Mitigate (atenuar), Subvert (derrubar, destruir) e Monitor (monitorar). Fica a dúvida sobre quem ela está falando. Será que é de John, que está sabendo demais sobre o criador dela, ou seria sobre Finch? Eu apostaria em Reese e Fusco, já que a Machine, pela inteligência que tem, provavelmente sabe sobre o passado de Harold. Mas pode ser que a ameaça seja Finch, se a série "esquecer" um pouco esta inteligência e quiser colocar criatura versus criador. Façam suas apostas.



Obervações:

- Não me julgem, mas aquela cena que o Reese bate o carro propositalmente naqueles dois rapazes me fez lembrar, imediatamente, de uma cena muito parecida neste clipe de Madonna. Ou é loucura minha, ou alguém andou espiando a rainha por aí...

- Foi tão fácil para Reese convencer a garçonete que Travis defendeu, Lisa, a falar com ele! Se já é perigoso falar com a polícia, imagina com quem não é da polícia. Tá certo que ele tem lábia, mas tudo o que ele disse a polícia com certeza disse também. Será que ela se deixou convencer pelo 1,85m de charme?

- Mais referências em Person of Interest. Quando Darren entra na "Noble Comics" vários cartazes das obras de Alan Robert estavam lá. Tinha de "Wire Hangers", "Killogy", e atrás da porta tinha um de "Crawl to Me".

- O capitão Lynch (1x09, Get Carter) participou novamente da série, sendo ligado aos crimes de Andre. Quando ele apareceu pela primeira vez, ele era vinculado à Elias. Seria Elias e Andre de alguma forma conectados?

- Pela primeira vez Reese se referiu à Fusco como "amigo". Sinal de progresso?

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