Qual lado você escolheria?

Este é um daqueles episódios de Fringe em que o tempo se torna relativo. São 40 minutos que passam em 5, e 5 minutos que trazem tantos eventos que mais parecem ser 40. Seguindo esta dinâmica, "Words Apart" não escapa aos elogios. Segue a linha do seu antecessor e traz uma trama sci-fi de primeira ao mesmo tempo que carrega uma carga dramática inacreditável para uma série em que a ficção sempre vem em primeiro lugar.

Aliás, todos sabem que Fringe não possui um orçamento maravilhoso, mas nem por isso seus produtores deixam de ser ambiciosos. Muitas das cenas apresentada ultrapassam às vezes os mais altos padrões da TV aberta e por isso, devo dizer que os terremotos que introduzem este episódio foram na medida do possível bem executados.

Mas antes que os mundos começassem a colidir, a nós foi dado uma aula didática sobre as verdaderas intenções de Robert David Jones e seu complexo de Deus. Como bem sintetizou Walter: ele pretendia comprimir toda a matéria dos universos em um único ponto, tonando-a tão densa que seria capaz de produzir o seu próprio Big Bang. Por conseguinte, Jones ocasionaria a destruição mútua nos lados A e B e criaria um universo completamente novo.

As armas usadas por RDJ, porém, não foram as quantidades massivas de amphilicite que o vimos roubar em "Enemy of My Enemy", mas sim os subjects de Walter e William Bell testados com cortexiphan. Para parafrasear Walter, seu plano era simplesmente genial. Ele usaria as habilidades de empatia (que não foi citada atoa durante toda a temporada) dos testados com cortexiphan para fazer a ligação necessária entre os dois universos, equilibrar suas frequências e, finalmente trincá-los.

A propósito, Walter diz no início de "Worlds Apart" que esta mesma ideia dos mundos serem destruídos veio à ele por meio de um sonho. Uma curiosa referência ao episódio da primeira temporada "Bad Dreams", cuja temática tem como foco principal os sonhos de Olivia. O que justifica a referência é o fato de que neste mesmo episódio somos introduzidos à Nick e a "turma" do cortexiphan, a mesma que provoca aqui os terremotos apocalípticos.

E como "toda guerra tem o seu custo", a solução encontrada pela Fringe Division é o fechamento da ponte. A mesma ponte que desde os acontecimentos de "The Day We Died" vem curando o universo alternativo, a mesma que possibilitou a união dos dois mundos, a mesma que levou Lincoln ao lado B, a mesma que nos trouxe BAstrid e a mesma que tornou esta 4ª temporada um experiência incrível de se acompanhar. Confesso que assim como Walter, sentirei falta do lado B. Das maneiras mais tortas possíveis, mas sentirei.

Com essa breve despedida (breve, pois acredito que logo estaremos over there novamente) tenho a teoria de que retornaremos a abertura regular, a julgar que a abertura amarela seria a representação da união dos universos através da ponte. Ademais, é provável que não veremos mais Lincoln com tanta frequência como neste temporada, já que o mesmo escolheu o lado B. Lugar onde, segundo Peter, seu coração vive. Em outras palavras, Bolivia.

Por último, gostaria de destacar à excelente atuação de John Noble neste episódio. Tenho para mim que em quase todas as reviews delibero uma dúzia de elogios ao ator, mas garanto que em sua maioria não são levianos. Basta assistir ao diálogo entre Walter e Walternativo aqui executado que saberá do que digo.

"Nossa vida é o que nossos pensamentos fazem dela.” - Marco Aurélio.

Easter Eggs:

"ALIVE é o Glyphs Code da semana, no bom português "vivo". Logo que vi o glyphs milhares de teorias sobre personagens que já haviam morrido e que poderiam retornar me vieram a mente, mas a julgar pelo promo do episódio da próxima semana, acredito que o Glyphs da vez revela que talvez William Bell ainda esteja vivo, o que nos remete ao futuro de 2036 e também a seguinte pergunta: Leonard Nemoy aceitará fazer mais uma participação em Fringe?


Mais uma dica de que talvez William Bell esteja vivo é vista na cena a seguir, onde vemos na parede a pintura de um sino, ou melhor, um "bell" ao lado da palavra "liberdade". Como a pintura parece ter sido colocada em cena por CGI podemos ter a convicção de que foi colocada lá por uma razão.


Observers are here e na Austrália também. É o que nos mostra "Worlds Apart", emque o observador segundos antes dos tremores darem início aparece passeando pelas ruas de Sidney:


Lembram do ônibus que vimos em "Making Angels"? Não? Ele tem semelhanças notáveis com a placa da universidade que vemos neste episódio: o símbolo "T" e as cores. Veja:


O número 47 que comumente vemos na série para referenciar "Alias" (outra produção de JJ Abrams) apareceu também nesse episódio, durante a contagem regressiva para o próximo terremoto. Veja:


Tenho certeza de que não foi intencional, mas a mesma ponte que vimos no episódio "The Consultant" pode ser vista em "Worlds Apart". A incongruência encontra-se no fato de que neste episódio a ponte é vista em uma cena ambientada na Austrália. Por mais incríveis que sejam os produtores de Fringe, eles não transportaram a ponte de lugar, apenas gravaram a cena na mesma locação de sempre (Vancouver - Canadá) e usaram o CGI para criar o fundo com o panorama da cidade de Sidney. Veja:


Até a primeira parte do final da temporada, galera!

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