Voltando ao normal.

Depois de uma Season Premiere dupla, já estava na hora de Grimm voltar ao normal, com os casos da semana. O que obviamente não poderia acontecer era a série esquecer-se de continuar desenvolvendo alguns de seus arcos centrais. Em tese, tivemos isso: os dramas de Juliette e Hank estavam presentes, mas claro que isso não é necessariamente coisa boa.

É triste que Juliette consiga se lembrar de TUDO menos Nick. É bem triste mesmo, mas não quero ver esse plot continuar por muito tempo. Claro, sempre é interessante adicionar algumas incertezas no futuro dos dois, mas só o fato de Nick ser um Grimm, já é incerteza o suficiente. Ninguém se importa. Ou devolve a memória da mulher ou apague ela da série. Simples assim!

Só não quero que essa parte da série se transforme em uma péssima versão daquele filme do Channing Tatum e da Rachel McAdams, “Para Sempre” (The Vow). A única cena que obviamente deveria entrar na versão é Nick andando pelado pela casa, assustando a namorada, igual no filme.

O episódio também serviu para a grande revelação à Hank de que Nick é um Grimm. O detetive estava atolado com o plot mais chato da série, foi bom ver que os roteiristas resolveram acabar com o drama ‘porra, acho que estou louco’ logo no começo da temporada. O único problema, porém, é que foi muito fácil. Nick, por exemplo, nem se deu ao luxo de explicar alguma coisa... Podia ter explicado qualquer coisa, mas a única coisa que falou foi ‘oi, eu sou um Grimm’.

Hank aceitou tudo muito fácil, como se fosse normal seu parceiro aparentar possuir todas as soluções de seus problemas. O bom é que Hank se tornará mais um parceiro para a luta contra os wesens. Tirando Monroe, Hank é o BFF que Nick conhece há mais tempo, então faz muito sentido ter uma amizade genuína, ou seja, sem nenhuma mentira por parte do italiano.

Resta saber se Hank aceitará de primeira a grande revelação. A julgar pelo final do episódio, parece que vai demorar um bom tempo, afinal ele só acha que Nick também está louco. Estou contando os minutos que faltam para me deliciar com a expressão que Hank fará quando descobrir que Adabitch é na verdade uma bruxa horrorosa.

Além disso, o episódio contou com a participação especial de Mark Pellegrino, grande ator de fantasia, que já foi o Lúcifer de Supernatural e o Jacob de Lost. Obviamente esperava muito dessa participação e até o meio do episódio, o personagem estava bem irritante. Só sabia pegar carona com Hank e Nick e nem agradecia. As coisas começaram a mudar quando ele chegou à fazenda, confrontando a outra parte da família por causa da filha.

Aliás, criei uma ótima descrição para a menina: ela é a Samara Loira – o que restava saber era se ela iria conseguir fugir do poço, igual no original. Felizmente para ela, os coiotes sujinhos só queriam deixá-la confortável na hora de dormir. Falando nisso, nem achei tão barra ela ter sido levada pelo tio: O povo só queria introduzir a menina, aumentando o círculo social dela por meio de um casamento arranjado com um dos coiotizinhos sujinhos.

Uma coisa que eu gostei, porém, além dos efeitos visuais, que de alguma forma continuam a melhorar semana após semana, foi a diferença entre os coiotes, que em tese deveriam possuir a mesma mentalidade, gostar de fazer as mesmas coisas, viver uma vida não tão plena, mas Lúcifer e Samara Loira não queriam isso. Mudaram do Texas, melhoraram de vida, porque simplesmente não aceitavam a forma de viver que de seus iguais.

A série sempre mostra que as criaturas da mesma espécie (ou, sei lá, espécie) possuem certo comportamento, mentalidade e posição, ou seja, são homogenias entre si. Legal terem mostrado que, mesmo sendo parte de uma gangue, Lúcifer e Samara Loira simplesmente queriam mudar de vida, não se rebelando, mas sim, se afastando. É bom quando alguma coisa de uma série de fantasia faz parte também do mundo real. Torna tudo mais verdadeiro. Até porque, nos dias atuais, ser normal não é mais tão legal. O interessante são as diferenças. 


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